sábado, 16 de fevereiro de 2008

Apresentação e crítica de arte

“Imaginem as cidades do mundo transformadas em imensos jardins...”
Severino Iabá

Manifesto das flores é um projeto de arte pública de inserção na dinâmica social, cultural e ambiental das cidades. O Projeto foi idealizado em 1998, após uma apropriação do artista plástico Severino Iabá com os moradores da Pedreira Prado Lopes, realizada durante um circuito cultural do Arena da Cultura de Belo Horizonte.

Em 2003, com o crescimento da violência nos grandes centros urbanos - principalmente nas escolas - e a invasão do Iraque, Iabá articulou-se com artistas, estudantes, educadores e moradores da região metropolitana de Belo Horizonte e propôs, entre outras coisas, a realização de algumas apropriações e intervenções urbanas. Todo o processo foi construído e celebrado coletivamente com o plantio de cinqüenta mil flores de papel crepom e ofício branco nos gramados do Parque das Mangabeiras e Parque Municipal Américo Bené Gionnetti, num manifesto de amor-cidadão contra a violência no Brasil e no Mundo.

As finalizações dessas apropriações resultaram em instalações intituladas “Pra não dizer que não falei das flores” (capa da fita) que foram escolhidas em 2004, pela mostra Resumo Hoje como a exposição do ano de 2003. Nessa época o jornalista e crítico de arte Morgan da Motta assim se expressou sobre o projeto: “Desde a Semana de Arte de Vanguarda, realizada com a inauguração da Fundação Cloves Salgado (Palácio das Artes) e os Domingos de Criação, no Rio de Janeiro, sob a curadoria do crítico de arte Frederico de Morais - não se via nada tão consistente e atraente em nível de apropriação e arte conceitual. Essa proposta de criações coletiva, que fez ressoar por toda cidade um grito contra a violência e a exclusão, sem dúvida nenhuma, foi o que melhor aconteceu de mais importante no Brasil.”

Em 2004 foi produzido em vídeo contendo as experiências do projeto e exibido durante uma coletiva do Resumo Hoje no museu mineiro de Belo Horizonte. Em 2005, artistas como Eliane Velozo (fotógrafa), Jorge Dissonância (músico), Vilmar Silva (poeta), Uraci Micael (contador de história) e alguns educadores que participaram do lançamento do projeto em 2003, fundam com Iabá o grupo Jirau das Rosas de Crepom com o objetivo de dá continuidade as performances e oficinas de rosas nas ruas e praças da cidade.
Depois de Belo Horizonte, Betim e Contagem, outros municípios de Minas e do Brasil continuam reeditando as experiências do projeto com o apoio do artista e do grupo Jirau das Rosas de Crepom.


“Atualmente, no Brasil, as artes visuais vêm acontecendo de forma cada vez mais constante em espaços públicos. Enfatizam-se, nos centros urbanos, iniciativas coletivas com o envolvimento da comunidade, despertando o sentimento de cidadania e de melhoria na qualidade de vida, visando à ampliação do universo cultural. A cidade é um cenário de arte pública, é a tela do artista que intervém no espaço urbano.” (1)
(1) Pedro da Silva, Fernando. Arte Pública, diálogo com a comunidade. Belo Horizonte: C/Arte, 2005.

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